domingo, 30 de maio de 2010

Donde se vem não tem de determinar até onde se vai


A propósito da notícia publicada no Jornal Expresso, no dia 17 de Abril de 2010, da autoria do professor Nuno Crato, sobre a morte daquele que foi apelidado “O melhor professor do mundo” – Jaime Escalante, foi-nos lançado o desafio “Donde se vem não tem de determinar até onde se vai”.
Propus-me referenciar uma pessoa com uma história de vida que, à partida, seria condicionante da sua integração na sociedade mas que conseguiu vencer graças à sua força de vontade – Liz Murray.


quinta-feira, 13 de maio de 2010

Práticas curriculares


Actividade 6.2: Comentário critico sobre as práticas curriculares mais adequadas para a avaliação das competências dos alunos


Palavras-chave: Currículo; Estrutura Modular; Avaliação Formativa.


O currículo enquanto projecto, personifica as opções de uma escola acerca do fraccionamento e organização da cultura e formação consideradas imprescindíveis para oferecer aos seus alunos por meio de experiências de aprendizagem significativas que possibilitam uma educação de qualidade para todos e que pretende determinar qual o tipo de ser humano considerado desejável para um determinado tipo de sociedade. O currículo não pode ser considerado como uma simples colecção neutral de saberes, uma vez que é uma selecção feita por alguém ou por um grupo de pessoas que possuem o saber dito legítimo, pretendendo modificar as pessoas que o vão seguir.

A abordagem modular do currículo praticada pelas escolas profissionais e que organiza os conteúdos e as actividades do processo de ensino-aprendizagem em partes cognitivamente significativas, permite a oferta de percursos flexíveis que possibilitam ritmos de progressão diferenciados e personalizados.

Tendo como ponto de partida o conceito de módulos como unidades de aprendizagem autónomas integradas num todo coeso, permite-se que um aluno ou um grupo de alunos adquiram um conjunto de conhecimentos, capacidades e atitudes através de experiências ou actividades de aprendizagem cuidadosamente concebidas que respeitam a sua diversidade. Os módulos constituem componentes completas em si mesmas apesar de interligadas, e fazem parte de um todo cuja estrutura interna permite sequências alternativas. Ao adoptar este esquema organizacional, a escola pode integrar alunos com níveis de formação e características muito diferenciadas. A aplicação do currículo em estrutura modular permite que a diversidade das progressões seja determinada pelos ritmos e estilos de aprendizagem dos alunos, No entanto, há uma série de condições pedagógicas, didácticas e organizacionais que deverão ser disponibilizadas, nomeadamente:

· utilização de metodologias diversificadas;

· recurso a materiais didácticos em quantidade e de qualidade;

· possibilidade de realizar uma avaliação contínua e formativa do desempenho de cada aluno;

· metodologias de avaliação diversas;

· adequação dos tempos e dos espaços à natureza das actividades de aprendizagem;

· favorecimento do trabalho em equipa disciplinar e interdisciplinar.

Este tipo de currículo permite, ao contrário de outros, que as práticas de ensino-aprendizagem se ajustem às necessidades dos alunos e não que os alunos se ajustem ao ritmo imposto por uma progressão normativa. Cabe ao professor proporcionar actividades e recursos não uniformizados e adequados às necessidades de cada um, provocando a sua progressão.

A estrutura modular baseia-se em princípios estruturantes que visam o desenvolvimento do aluno:

· pluridimensionalidade;

· diversidade;

· flexibilidade;

· confluência;

· progressão diferenciada dos alunos no plano de estudos;

· creditação de saberes adquiridos;

· avaliação formativa;

· certificação.

Este tipo de currículo define também muito claramente qual é o processo de avaliação a seguir, permitindo que todos os intervenientes no processo educativo saibam que objectivos devem atingir:

· qual é o objecto de avaliação;

· quais os objectivos;

· quais os principais agentes avaliadores;

· que instrumentos e procedimentos vão ser utilizados;

· quem são os destinatários;

· em que momentos é que a avaliação será efectuada e quais as técnicas a utilizar;

· que escalas.


Em oposição a este tipo de estruturação, vigora ainda actualmente no ensino vocacional artístico um currículo nacional implementado há cerca de 30 anos e que define um conjunto de competências que devem ser dominadas e atingidas sem ter em conta os diferentes ritmos de aprendizagem dos alunos, as realidades sócio-culturais e escolares das quais os alunos são provenientes e estão inseridos, interesses e motivações individuais, etc.

Considerando estas duas realidades com que trabalho, a estruturação modular apresenta imensas possibilidades e vantagens sobre o currículo dito tradicional, uma vez que permite um ensino equitativo e que visa permitir a aquisição de saberes por todos os alunos.



Mestrado em Ciências da Educação

Unidade curricular: Ensino, aprendizagem e avaliação I

Docente: professora Luísa Orvalho

Emília Alves, 28/04/2010


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Alonso, L. (2000). A Construção Social do Currículo: Uma Abordagem Ecológica e Práxica. (pp. 53-68). Texto policopiado.

Domingos, F. (2005). Dos Fundamentos e das Práticas. In DOMINGOS F. (2005). Avaliação das aprendizagens: Desafios às Teorias, Práticas e Políticas. Colecção Educação Hoje (pp. 55-63). Porto: Texto Editores. Ltª.

Orvalho, L., Graça, M., Leite, E., Marçal, C., Silva, A., e Teixeira, A. (1993). A Estrutura Modular nas Escolas Profissionais. 2ª edição. Porto: GETAP. ME.

Roldão, M. C., (2000). O Currículo Escolar: Da uniformidade à contextualização – Campos e Níveis de Decisão Curricular. (pp. 81-89). Texto policopiado.

Silva, T. T. (1998). Teorias do Currículo: Uma introdução crítica. (pp. 9-16). Porto Editora.