sábado, 19 de fevereiro de 2011

Projecto de Intervenção - aferição dos resultados

Projecto de intervenção EAAII

Conclusão



Há cerca de um ano atrás, iniciava-se o ano curricular do Mestrado em Ciências da Educação – Ensino Especializado da Música. No final do 1º semestre, questionava-me se já conseguia responder a várias questões que surgiram durante esse período de tempo, nomeadamente:
. quem sou?
. como sou?
. de que sou capaz?
. quais são os meu limites/dificuldades?
. quais são as minhas ambições/metas?
. que caminho quero trilhar?
E agora que o segundo semestre está a terminar? O que foi para mim este ano? Difícil sem dúvida mas considero que, acima de tudo, este foi um ano de desafios. Desafios profissionais, desafios pessoais, desafios intelectuais, desafios... Desenvolvi capacidades e aptidões. Estou diferente. Para melhor? Para pior? Diferente apenas. Encaro as questões por outra perspectiva, encaro a docência por outro prisma, vejo por olhos diferentes.
Sei que proximamente acontecerão várias mudanças a nível profissional mas parto para outras aventuras com mais segurança e conhecimentos.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Comentário conclusivo

Mestrado em Ciências da Educação – UCP – Porto 2010-2011 – Prof. Luísa Orvalho


Actividade: Comentário conclusivo sobre os factores de qualidade que considero serem característicos da minha escola e que fazem a diferença nos resultados educativos atingidos pelos alunos.

O comentário que vou efectuar tem como base a minha prática docente numa escola profissional de música, sendo a instituição com a qual colaboro a mesma em que fiz a minha formação musical de nível secundário. Para mim é bastante interessante verificar a forma como a escola evoluiu e se expandiu ao longo destes anos. Se já desde a sua criação o ensino nesta escola sempre se pautou pela excelência, neste momento, além da qualidade da oferta formativa, a escola afirma-se, realmente, como uma instituição de referência que prepara alunos para prosseguirem os seus estudos a nível superior tanto em Portugal como em escolas internacionais, após os quais a grande maioria destes recém-formados encontra colocações profissionais com relativa facilidade, revelador, sem dúvida, das competências que adquiriram durante o seu percurso formativo.
É claro que para dinamizar uma escola desta forma e conseguir óptimos resultados educativos com os alunos, a Direcção Pedagógica deverá possuir várias características que considero estarem identificadas na investigação de Sammons, Hillman e Mortimore (1995):

• Liderança profissional
A existência de um líder que possua uma visão bastante abrangente e crítica, com objectivos muito claros delineados, que promova uma abordagem participativa com os docentes e que os saiba escolher tendo em conta o Projecto Educativo da escola, parecem-me condições essenciais para que se coloque em prática uma boa liderança profissional.

• Visão e finalidades partilhadas
Tal como aprendemos com Peter Senge, uma organização só é aprendente se existirem vários pressupostos, nomeadamente a partilha da visão e dos objectivos educativos pretendidos pelo líder. Deverá existir um ambiente colaborativo entre os elementos que pertencem à equipa de liderança com os professores para que as vontades e os recursos humanos se possam unir e trabalharem em conjunto para a obtenção de resultados educativos óptimos.

• Ambiente de aprendizagem
A escola em que trabalho possui boas instalações físicas devidamente equipadas que permitem ao professor ter ao seu dispor um grande conjunto de recursos que pode utilizar sempre que necessário (independentemente da disciplina que o docente lecciona). Também o facto de a maior parte das turmas ter um número relativamente reduzido de alunos (quando comparadas com as turmas do ensino genérico) contribui para um ambiente de aprendizagem ordeiro. Esta instituição promove práticas que permitem aos alunos terem contacto directo com situações semelhantes às que irão encontrar no mercado de trabalho, responsabilizando-os pelos resultados obtidos.

• Concentração no ensino e na aprendizagem
Aos docentes é-lhes permitido concentrarem a sua prática na docência tendo sempre em vista a focalização no sucesso dos alunos. São incentivadas as participações em concursos, sejam eles de cariz musical ou a nível das disciplinas sócio-culturais, fornecendo a escola todos os apoios possíveis. Sempre que necessário, são disponibilizadas aulas de apoio aos alunos que delas carecem com o objectivo de criarem e desenvolverem métodos de trabalho e de estudo. Uma das políticas educativas da escola assenta na promoção de uma interdisciplinaridade com vista à integração dos saberes e à melhoria dos resultados escolares.

• Ensino resoluto
A estrutura organizacional da escola é bastante clara, permitindo um funcionamento optimizado. As aulas são estruturadas pelos professores de cada disciplina tendo em conta os conteúdos programáticos definidos para cada unidade modular. No caso específico da disciplina de instrumento, cada professor é responsável pela planificação de cada um dos seus alunos, uma vez que cada discente é um caso muito específico. Sempre que necessário, os docentes têm a autonomia necessária para reformularem os conteúdos e adaptá-los ao desenvolvimento do aluno.

• Expectativas elevadas
As expectativas para com os corpos docente e discente são, naturalmente, elevadas e de acordo com o que lhes é oferecido e disponibilizado. Em combinação com os valores que são transmitidos a todos os novos intervenientes no processo educativo, é esperado que cada um dê o melhor de si próprio, que se comprometa com o desenvolvimento da escola, que colabore nas várias iniciativas que são promovidas pela instituição, que tenha uma postura de constante desafio perante a sua profissão/estatuto, etc.
Dos professores em particular, é esperado que sejam criativos, responsáveis, que se preocupem com os alunos, que procurem constantemente o seu aperfeiçoamento e que sejam geradores de motivação e dinamismo entre outras características.

• Reforço positivo
Trabalho nesta escola já há vários anos e sempre me foi permitido ter um diálogo claro e franco com a equipa responsável pela orientação educativa e julgo que o mesmo acontece com os outros meus colegas, bem como com os alunos e demais funcionários. Assim, é-me permitido fazer eventuais alterações ou ajustes à minha prática docente.

• Monitorização do progresso
Em cada turma existe a figura de Orientador Educativo que, regularmente, contacta com os professores de cada aluno para aferir do desenvolvimento de cada um deles a cada disciplina. Essa informação é constantemente actualizada para, no caso de ser necessário, serem tomadas medidas que previnam um possível insucesso educativo. O modo de proceder estará, naturalmente, de acordo com a situação detectada e poderá passar por uma simples conversa com o aluno, pelo contacto com os encarregados de educação, por aulas de apoio educativo, etc.

• Direitos e responsabilidades
Um dos deveres fundamentais de cada um dos docentes é, na minha opinião, promover a autoestima dos alunos, desenvolvendo neles um processo de autocrítica bastante apurado que lhes permita ir ganhando, gradualmente, autonomia no trabalho que vão realizando. Neste processo de crescimento, vão-lhes sendo inculcadas responsabilidades cada vez maiores, desde as prestações em audições, passando pela colaboração com a orquestra, participações em concursos, etc. Este trabalho é, numa fase inicial, monitorizado pelos professores e, posteriormente, pelos orientadores educativos.

• Parceria escola-família
Apesar de a escola não dispor de mecanismos formais para envolver a família na aprendizagem dos alunos, há um diálogo regular normalmente entre o Orientador Educativo e os encarregados de educação. Os professores da disciplina de instrumento serão, nesta situação, talvez um pouco mais privilegiados pois sendo uma escola de música os pais atribuem mais importância a esta disciplina do que às outras e são eles próprios que interpelam o docente para inquirirem acerca do desempenho dos filhos.

• Uma organização aprendente
Esta escola em particular, escolhe os seus colaboradores de acordo com o seu perfil e desempenho demonstrado, tal como já referi. Para as disciplinas da área vocacional, são escolhidas pessoas que sejam músicos no activo e com um currículo relevante. Para as disciplinas da componente sócio-cultural são procuradas pessoas que detenham experiência de ensino e que tenham também um percurso académico relevante. Se bem que o método de escolher os professores possa ter alguns inconvenientes, é, simultaneamente, um dos que permite selecionar mais facilmente as pessoas pelo perfil que detêm.


Referências bibliográficas:

Parecer do CNE nº1/2011 – sobre a “Reorganização Curricular do Ensino Básico”. Pdf.

Parecer do CNE nº2 /2011 – sobre ” Metas de aprendizagem”. Pdf.

Parecer do CNE nº3/2011 – sobre a “Reorganização Curricular do Ensino Secundário”.Pdf.