sábado, 19 de fevereiro de 2011

Projecto de Intervenção - aferição dos resultados

Projecto de intervenção EAAII

Conclusão



Há cerca de um ano atrás, iniciava-se o ano curricular do Mestrado em Ciências da Educação – Ensino Especializado da Música. No final do 1º semestre, questionava-me se já conseguia responder a várias questões que surgiram durante esse período de tempo, nomeadamente:
. quem sou?
. como sou?
. de que sou capaz?
. quais são os meu limites/dificuldades?
. quais são as minhas ambições/metas?
. que caminho quero trilhar?
E agora que o segundo semestre está a terminar? O que foi para mim este ano? Difícil sem dúvida mas considero que, acima de tudo, este foi um ano de desafios. Desafios profissionais, desafios pessoais, desafios intelectuais, desafios... Desenvolvi capacidades e aptidões. Estou diferente. Para melhor? Para pior? Diferente apenas. Encaro as questões por outra perspectiva, encaro a docência por outro prisma, vejo por olhos diferentes.
Sei que proximamente acontecerão várias mudanças a nível profissional mas parto para outras aventuras com mais segurança e conhecimentos.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Comentário conclusivo

Mestrado em Ciências da Educação – UCP – Porto 2010-2011 – Prof. Luísa Orvalho


Actividade: Comentário conclusivo sobre os factores de qualidade que considero serem característicos da minha escola e que fazem a diferença nos resultados educativos atingidos pelos alunos.

O comentário que vou efectuar tem como base a minha prática docente numa escola profissional de música, sendo a instituição com a qual colaboro a mesma em que fiz a minha formação musical de nível secundário. Para mim é bastante interessante verificar a forma como a escola evoluiu e se expandiu ao longo destes anos. Se já desde a sua criação o ensino nesta escola sempre se pautou pela excelência, neste momento, além da qualidade da oferta formativa, a escola afirma-se, realmente, como uma instituição de referência que prepara alunos para prosseguirem os seus estudos a nível superior tanto em Portugal como em escolas internacionais, após os quais a grande maioria destes recém-formados encontra colocações profissionais com relativa facilidade, revelador, sem dúvida, das competências que adquiriram durante o seu percurso formativo.
É claro que para dinamizar uma escola desta forma e conseguir óptimos resultados educativos com os alunos, a Direcção Pedagógica deverá possuir várias características que considero estarem identificadas na investigação de Sammons, Hillman e Mortimore (1995):

• Liderança profissional
A existência de um líder que possua uma visão bastante abrangente e crítica, com objectivos muito claros delineados, que promova uma abordagem participativa com os docentes e que os saiba escolher tendo em conta o Projecto Educativo da escola, parecem-me condições essenciais para que se coloque em prática uma boa liderança profissional.

• Visão e finalidades partilhadas
Tal como aprendemos com Peter Senge, uma organização só é aprendente se existirem vários pressupostos, nomeadamente a partilha da visão e dos objectivos educativos pretendidos pelo líder. Deverá existir um ambiente colaborativo entre os elementos que pertencem à equipa de liderança com os professores para que as vontades e os recursos humanos se possam unir e trabalharem em conjunto para a obtenção de resultados educativos óptimos.

• Ambiente de aprendizagem
A escola em que trabalho possui boas instalações físicas devidamente equipadas que permitem ao professor ter ao seu dispor um grande conjunto de recursos que pode utilizar sempre que necessário (independentemente da disciplina que o docente lecciona). Também o facto de a maior parte das turmas ter um número relativamente reduzido de alunos (quando comparadas com as turmas do ensino genérico) contribui para um ambiente de aprendizagem ordeiro. Esta instituição promove práticas que permitem aos alunos terem contacto directo com situações semelhantes às que irão encontrar no mercado de trabalho, responsabilizando-os pelos resultados obtidos.

• Concentração no ensino e na aprendizagem
Aos docentes é-lhes permitido concentrarem a sua prática na docência tendo sempre em vista a focalização no sucesso dos alunos. São incentivadas as participações em concursos, sejam eles de cariz musical ou a nível das disciplinas sócio-culturais, fornecendo a escola todos os apoios possíveis. Sempre que necessário, são disponibilizadas aulas de apoio aos alunos que delas carecem com o objectivo de criarem e desenvolverem métodos de trabalho e de estudo. Uma das políticas educativas da escola assenta na promoção de uma interdisciplinaridade com vista à integração dos saberes e à melhoria dos resultados escolares.

• Ensino resoluto
A estrutura organizacional da escola é bastante clara, permitindo um funcionamento optimizado. As aulas são estruturadas pelos professores de cada disciplina tendo em conta os conteúdos programáticos definidos para cada unidade modular. No caso específico da disciplina de instrumento, cada professor é responsável pela planificação de cada um dos seus alunos, uma vez que cada discente é um caso muito específico. Sempre que necessário, os docentes têm a autonomia necessária para reformularem os conteúdos e adaptá-los ao desenvolvimento do aluno.

• Expectativas elevadas
As expectativas para com os corpos docente e discente são, naturalmente, elevadas e de acordo com o que lhes é oferecido e disponibilizado. Em combinação com os valores que são transmitidos a todos os novos intervenientes no processo educativo, é esperado que cada um dê o melhor de si próprio, que se comprometa com o desenvolvimento da escola, que colabore nas várias iniciativas que são promovidas pela instituição, que tenha uma postura de constante desafio perante a sua profissão/estatuto, etc.
Dos professores em particular, é esperado que sejam criativos, responsáveis, que se preocupem com os alunos, que procurem constantemente o seu aperfeiçoamento e que sejam geradores de motivação e dinamismo entre outras características.

• Reforço positivo
Trabalho nesta escola já há vários anos e sempre me foi permitido ter um diálogo claro e franco com a equipa responsável pela orientação educativa e julgo que o mesmo acontece com os outros meus colegas, bem como com os alunos e demais funcionários. Assim, é-me permitido fazer eventuais alterações ou ajustes à minha prática docente.

• Monitorização do progresso
Em cada turma existe a figura de Orientador Educativo que, regularmente, contacta com os professores de cada aluno para aferir do desenvolvimento de cada um deles a cada disciplina. Essa informação é constantemente actualizada para, no caso de ser necessário, serem tomadas medidas que previnam um possível insucesso educativo. O modo de proceder estará, naturalmente, de acordo com a situação detectada e poderá passar por uma simples conversa com o aluno, pelo contacto com os encarregados de educação, por aulas de apoio educativo, etc.

• Direitos e responsabilidades
Um dos deveres fundamentais de cada um dos docentes é, na minha opinião, promover a autoestima dos alunos, desenvolvendo neles um processo de autocrítica bastante apurado que lhes permita ir ganhando, gradualmente, autonomia no trabalho que vão realizando. Neste processo de crescimento, vão-lhes sendo inculcadas responsabilidades cada vez maiores, desde as prestações em audições, passando pela colaboração com a orquestra, participações em concursos, etc. Este trabalho é, numa fase inicial, monitorizado pelos professores e, posteriormente, pelos orientadores educativos.

• Parceria escola-família
Apesar de a escola não dispor de mecanismos formais para envolver a família na aprendizagem dos alunos, há um diálogo regular normalmente entre o Orientador Educativo e os encarregados de educação. Os professores da disciplina de instrumento serão, nesta situação, talvez um pouco mais privilegiados pois sendo uma escola de música os pais atribuem mais importância a esta disciplina do que às outras e são eles próprios que interpelam o docente para inquirirem acerca do desempenho dos filhos.

• Uma organização aprendente
Esta escola em particular, escolhe os seus colaboradores de acordo com o seu perfil e desempenho demonstrado, tal como já referi. Para as disciplinas da área vocacional, são escolhidas pessoas que sejam músicos no activo e com um currículo relevante. Para as disciplinas da componente sócio-cultural são procuradas pessoas que detenham experiência de ensino e que tenham também um percurso académico relevante. Se bem que o método de escolher os professores possa ter alguns inconvenientes, é, simultaneamente, um dos que permite selecionar mais facilmente as pessoas pelo perfil que detêm.


Referências bibliográficas:

Parecer do CNE nº1/2011 – sobre a “Reorganização Curricular do Ensino Básico”. Pdf.

Parecer do CNE nº2 /2011 – sobre ” Metas de aprendizagem”. Pdf.

Parecer do CNE nº3/2011 – sobre a “Reorganização Curricular do Ensino Secundário”.Pdf.


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Uma visão prospectiva da actividade docente

Mestrado em Ciências da Educação – UCP – Porto 2010-2011 – Prof. Luísa Orvalho

Orvalho, L. (2010). Culturas profissionais. FEP/UCP. (Texto em PDF)


Como é que os professores deveriam organizar o trabalho de ensinar e aprender no contexto escolar? E porquê?

A realização deste trabalho implica que apresentemos uma visão prospectiva da actividade a desenvolver em anos vindouros e os aspectos a corrigir ou melhorar na organização do trabalho escolar na nossa escola.
Após a leitura deste texto em particular, e uma vez que as tipologias de culturas profissionais docente de Hargreaves (1992, 1994) me suscitaram imediatamente o interesse, creio que um dos aspectos a melhorar no campo supracitado é, sem dúvida, a colaboração.
Segundo Hargreaves (1998), a colaboração promove o desenvolvimento profissional dos indivíduos nela envolvidos, podendo proporcionar momentos de aprendizagem mútua e potenciar reflexões individuais. Uma outra mais valia da colaboração reside no facto de os grupos poderem ser constituídos por vários indivíduos com experiências diferentes e com competências diversificadas permitindo uma maior eficácia das soluções encontradas. No entanto, a colaboração considerada como uma estratégia para o desenvolvimento de actividades na área da educação em variadíssimos aspectos, não deixa de envolver alguns problemas e dificuldades.
Ainda de acordo com Hargreaves (1998), a colaboração e a colegialidade ocupam um lugar central no paradigma de mudança, uma vez que permitem aos professores aprender uns com os outros numa partilha de saberes e ampliar o conjunto das suas competências, fomentando o desenvolvimento profissional e organizacional.
O nosso trabalho de professor é, sem dúvida, um trabalho solitário e de “porta fechada”, uma vez que, e apesar de planificarmos em conjunto ao nível do nosso grupo disciplinar, acabamos por ser o gestor do nosso próprio trabalho e do trabalho que desenvolvemos com os nossos alunos na sala de aula.
A colaboração está alicerçada em quatro pilares que a sustentam enquanto processo efectivo: diálogo, negociação, mutualidade e confiança. Se não existir uma negociação relativamente aos objectivos do trabalho, à forma como este se vai desenvolver, às prioridades a serem colocadas em prática e à forma como os intervenientes se relacionam, poderão surgir mais tarde momentos de tensão e de crise que podem deitar por terra os propósitos iniciais de determinado projecto.
É essencial que o diálogo, instrumento de confronto de ideias e construção de novas compreensões, se estabeleça entre todos os intervenientes pois deste modo cada um poderá participar activamente em cada projecto. Num trabalho colaborativo todos devem ter algo a dar e a receber, uma vez que os participantes ao serem detentores de papéis diferentes não quer forçosamente dizer que sobressaem uns em relação aos outros, mas que existe sim mutualidade entre todos. A colaboração deve desenvolver-se num clima de confiança uma vez que esta é importante para que todos se sintam à vontade para questionar as ideias, as acções e os valores uns dos outros. Este clima de confiança manifesta-se pelo respeito pessoal e profissional de todos os intervenientes, valorizando todos e fazendo-os sentir-se, efectivamente, como elementos do grupo. É da articulação entre eles que se pode esperar alcançar as finalidades inicialmente propostas, de uma forma positiva e que proporcione a todos os colaboradores experiências enriquecedoras e frutuosas que contribuam para potenciar as especificidades individuais, o desenvolvimento profissional e pessoal e o desenvolvimento de competências de natureza diversa, uma vez que a colaboração potencia uma reflexão efectiva ao longo de todo o processo.
Existem, no entanto, dificuldades inerentes ao trabalho em colaboração das quais podemos salientar:
·      os intervenientes terão que saber lidar com a imprevisibilidade característica de um processo desta natureza, que por não poder ser planificada ao pormenor necessita de ser renegociada a qualquer momento. Esta renegociação pode reclamar a alteração dos papéis inicialmente previstos para cada um dos participantes. Esta imprevisibilidade está relacionada com o carácter dinâmico e mutável do processo de colaboração;
·      outra das dificuldades passa pela gestão das diferenças de métodos de trabalho e das expectativas devido às experiências e hábitos de trabalho de cada um dos intervenientes. Estes podem ter estatutos diferentes, objectivos pessoais próprios, percepções divergentes e prioridades distintas, sendo estes aspectos desencadeadores de tensões que terão que ser geridas e ultrapassadas pelo grupo através de uma negociação eficaz e que assente num diálogo contínuo, fortalecendo-se a relação de confiança, promovendo a igualdade e a mutualidade entre os diversos intervenientes;
·      para que o processo seja satisfatório é necessário contrariar a desigualdade entre os custos e os benefícios. Os possíveis participantes num processo de colaboração poderão abandonar os projectos, ou nem sequer os iniciar, por sentirem que os benefícios decorrentes desse envolvimento não correspondem aos seus anseios profissionais ou pessoais;
·      quanto ao conformismo que pode, por vezes, apoderar-se dos participantes é fundamental que os restantes elementos do grupo estejam atentos para que se ultrapassem conjuntamente estes sentimentos que podem colocar em risco o sucesso do processo colaborativo. Estas dificuldades podem ser solucionadas com uma negociação cuidada e um diálogo contínuo, de modo a que as relações de confiança que se foram estabelecendo no grupo sejam continuamente reforçadas favorecendo a autoconfiança de todos.



segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Planificação de uma aula


 
Ano lectivo 2010/2011
Planificação de uma aula de ensino individual

Prof.ª
Emília Alves

Curso: Curso de Instrumentista de Cordas e Teclas
Disciplina: Viola de Arco
Módulo: 5 (12º ano)
Aula número: 17
Tempo de aula: 60’


Conteúdo a trabalhar:
Robert Schumann – Marchenbilder op. 113
I. Nicht schnell

Situação:
Foi efectuada uma leitura à primeira vista com o aluno na aula nº 15. A professora definiu articulações, dedilhações e fraseado.

Objectivos gerais para a aula nº 17:
O aluno deverá:
·      conhecer o andamento completo da obra;
·      conseguir fazer a contextualização do compositor em termos de História da Música;
·      ser capaz de efectuar uma análise musical simples da obra.

Objectivos específicos para a aula nº 17
O aluno deverá ser capaz de:
·      apresentar uma afinação correcta;
·      dominar o ritmo;
·      possuir uma pulsação estável;
·      reconhecer o fraseado do andamento;
·      ter uma boa qualidade de som.

Competências
As competências que o aluno deverá desenvolver tendo em conta os objectivos específicos anteriormente definidos, são as seguintes:
·      afinação
o   o aluno deverá dominar as mudanças de posição;
o   o aluno deverá ser capaz de afinar por relatividade;
o   o aluno deverá ser capaz de afinar tendo por base harmónica o Piano.
·      ritmo
o   o aluno deverá fazer uma leitura rítmica correcta.
·      pulsação
o   o aluno deverá ser capaz de manter uma pulsação estável, tanto quando toca a solo como quando toca com o acompanhador.
·      fraseado
o   o aluno deverá ter a noção correcta de cada uma das frases musicais;
o   o aluno deverá ser capaz de fazer a distinção entre melodia e acompanhamento;
o   o aluno deverá apresentar criatividade e autonomia a nível interpretativo .
·      qualidade do som
o   o aluno deverá ser capaz de explorar os vários tipos de sonoridade permitidos pelo instrumento a utilizá-los em função da obra que se encontra a executar.

Estratégias de aprendizagem
As estratégias a utilizar compreendem:
·      a professora toca a obra para que o aluno compreenda o que lhe é solicitado e obtenha, assim, uma orientação no trabalho que vai desenvolver;
·      será solicitado ao aluno que entoe determinadas passagens para o ajudar com algumas imprecisões ao nível da afinação;
·      no caso de o aluno apresentar dificuldades a nível rítmico, ser-lhe-á pedido que solfeje essas passagens;
·      o aluno deverá ouvir gravações por diferentes intérpretes para que essas abordagens o motivem e desenvolvam a sua criatividade;
·      repetição de uma frase de várias formas para corrigir problemas específicos – afinação, mudança de posição, posição do arco, etc.;
·      com o apoio dos docentes das disciplinas de História das Artes e Teoria e Análise Musical, o aluno poderá efectuar um trabalho de pesquisa sobre o compositor, a obra, aspectos históricos relevantes, análise musical do andamento que se encontra a estudar, etc.;
·      apresentação pública.

Actividades de aprendizagem
·      antes do início da aula o aluno deverá realizar os seus exercícios de aquecimento;
·      o andamento será tocado sem interrupções;
·      após a apresentação do trabalho realizado em casa, serão analisados os diferentes pormenores que necessitem de correcção;
·      depois de efectuar esse aperfeiçoamento, será realizado o trabalho de junção com o acompanhador.

Recursos de aprendizagem
Os recursos a ser utilizados na aula serão os seguintes:
·      instrumento para o aluno, para o professor e para o acompanhador;
·      partitura – previamente distribuída e que contém a notação musical e as indicações base para a sua interpretação (arcadas, dedilhações, agógica, etc.);
·      material de escrita (lápis e borracha) – para fazer eventuais correcções e sugestões de arcadas, dedilhações, dinâmicas, etc.;
·      computador – que permita gravar a execução do aluno e analisá-la imediatamente;
·      pianista acompanhador – assegurando o trabalho de junção da obra.

Avaliação da aprendizagem
A avaliação da aprendizagem será promovida ao longo da aula tendo em conta os objectivos definidos e através da promoção de um diálogo constante com o aluno, permitindo que ele se auto-avalie e receba um feedback imediato da parte do professor. A avaliação incidirá, especialmente, nos parâmetros definidos atrás:
·      afinação;
·      ritmo;
·      fraseado;
·      qualidade sonora;
·      postura.

Avaliação do desenvolvimento curricular realizado
Este parâmetro poderá ser efectuado através de uma reflexão por parte do professor após o período de aula e tendo como base o feedback recebido do aluno durante a sua auto-avaliação. De acordo com os resultados obtidos, a planificação da(s) aula(s) seguinte(s) será ajustada.
Tendo sempre em conta os objectivos definidos nesta planificação, há um conjunto de actividades de remediação ou aprofundamento do conhecimento que poderão ser sugeridas se necessário:
·      afinação
o   o aluno deverá entoar de uma forma mais regular e com a ajuda de um teclado (por exemplo);
o   colaboração do colega responsável pela disciplina de Formação Musical para que possa realizar algum trabalho extra com o aluno em causa com actividades auditivas – entoações e audição;
o   necessidade de o aluno ouvir mais música para poder desenvolver o seu ouvido.
·      ritmo
o   exercícios de apenas reprodução rítmica da obra;
o   exercícios com as cordas soltas correspondentes às notas musicais da obra;
o   exercícios de solfejo;
o   utilização do metrónomo.
·      pulsação
o   estudo com o metrónomo.
·      fraseado
o   análise musical da obra;
o   entoação das linhas melódicas para melhor compreensão;
·      qualidade sonora
o   o aluno deverá memorizar o andamento da obra em questão, ou partes, para que se possa concentrar na emissão sonora;
o   tocar de olhos fechados ou numa divisão às escuras, permitindo que os sentidos estejam focalizados apenas na produção do som .

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Comunicação a apresentar num Seminário - apresentação colectiva

Disciplina: de Ensino, Aprendizagem e Avaliação II


Comunicação a apresentar no Seminário:

“Um retrato sobre as minhas práticas de ensino: avanços, problemas e desafios para proporcionar a todos os alunos uma aprendizagem de qualidade que contribua para a sua realização pessoal e profissional”.

DE ALUNO A PROFESSOR

Comunicação colectiva de Daniel Dias, Emília Alves, José Ricardo Reis, Paulo Areis, Ricardo Matosinhos e Rui Fontes, mestrandos da Universidade Católica Portuguesa.

Palavras-chave : autonomia, formação pessoal, equidade, aprendizagem dinâmica

Já passaram alguns anos desde que pela primeira vez ministrei uma aula. Lembro-me claramente desse momento como um recomeçar a aprender em que tive que refletir sobre tudo o que havia aprendido e de que forma tinha aprendido.
De facto, fui apenas ensinado a reproduzir, da forma mais fiel, indicações numa partitura. Houve professores que me ajudaram na árdua tarefa mas transpor esses ensinamentos para a prática do ensino não é uma tarefa fácil.
Sem ter muitos anos de experiência de ensino, consigo hoje identificar mais rapidamente as dificuldades dos alunos e encontrar estratégias diferenciadas para que estes consigam obter o melhor resultado possível.
Se por vezes consigo identificar deficiências de aprendizagem, antecipar possíveis dificuldades e corrigir os aspectos necessários, nem sempre isso acontece. Durante a viagem diária até casa, transporto comigo as dificuldades dos alunos e tenho a certeza hoje que será algo que me acompanhará toda a vida.
A solução para uma grande maioria destas dificuldades passará por tornar os meus alunos independentes e, assim, tornando-me dispensável terei a certeza que os alunos poderão enfrentar a vida profissional sem dúvidas e receios.
A sua independência poderá ser igualmente uma solução para a sua formação pessoal, uma vez que alunos independentes transformar-se-ão em adultos independentes que não necessitam constantemente da aprovação de terceiros.
O aluno deve ter um espírito crítico fundamentado, solidificando desta forma as suas aprendizagens e promovendo a sua aplicação em situações futuras.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Oficina de Inovação e Desenvolvimento Profissional

Comunicação a apresentar na Oficina de Inovação e Desenvolvimento Profissional:

“Estratégias e ferramentas para construir uma organização aprendente, baseadas nas cinco disciplinas de Peter Senge”.


Maria Emília de Sousa Ribeiro Alves – malves5@hotmail.com
Mestranda na Universidade Católica Portuguesa – Porto

Resumo: O que caracteriza uma organização aprendente? Qual o perfil dos seus colaboradores? Qual o papel da “tensão criativa”?

Palavras-chave: Competências; Reflexão; Aprender.

O conceito de organização aprendente foi clarificado e colocado em prática por Peter Senge e preconiza que as grandes equipas são organizações que aprendem a desenvolver novas habilidades e capacidades, levando a novas percepções e sensibilidades que, por sua vez, revolucionam crenças e opiniões. As organizações que aprendem são formadas por pessoas que desenvolvem, continuamente, a sua capacidade de criar os resultados que desejam, são entidades onde se estimulam padrões de comportamento novos e abrangentes, a aspiração colectiva ganha liberdade e as pessoas exercitam-se, continuamente, em aprender juntas → “tensão criativa”. Essas organizações só podem surgir quando percebermos que o mundo não é feito de forças separadas e que, no mundo de hoje, a capacidade de aprender contínua e rapidamente é a única vantagem competitiva sustentável.
Uma empresa aprendente será aquela que descobrir como fazer com que as pessoas se comprometam e queiram aprender, desde o funcionário da portaria até aos cargos mais elevados. Para conseguir isso, as organizações deverão ser mais coerentes com as aspirações humanas que vão além das necessidades materiais. Com esse intuito, torna-se necessário que se derrubem as barreiras que nos impedem de aprender.
Senge considera a existência de 5 disciplinas básicas que as organizações aprendentes devem dominar:
• Domínio pessoal – cada indivíduo deverá compreender o que lhe é realmente importante e viver ao serviço das suas aspirações;
• Modelos mentais – as percepções que temos de nós próprios e do mundo afectam o conhecimento que cada um de nós constrói;
• Visão compartilhada – a organização deve ter uma missão genuína para que as pessoas dêem o melhor de si e adoptem uma visão compartilhada, na qual prevaleça o compromisso e o comprometimento em lugar da aceitação;
• Aprendizagem em equipa – diálogo em vez de aceitação;
• Pensamento sistémico – “quinta disciplina”. Integra todas as outras → “pensamento global”, e funde-as num corpo coerente de teoria e prática.

Conclusão: O que distingue uma organização aprendente é capacidade dos seus líderes em estimular padrões de comportamento novos e abrangentes o que permite que os seus colaboradores desenvolvam a sua capacidade de inovar e criar. O objectivo de todos os elementos dessa organização é o querer aprender a evoluir.

Referências bibliográficas
Rich, G., A. e Alto, R., M. (2011). As organizações que aprendem, Segundo Peter Senge: a quinta disciplina. in Cadernos Discentes Coppead, Rio de Janeiro, nº 9, pp. 36-55.

Senge, P. M. (1990). A quinta disciplina – Arte e prática da organização que aprende. 24.ª ed. Rio de Janeiro: Best Seller.


quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

As cinco disciplinas de Peter Senge



Mestrado em Ciências da Educação – UCP – Porto 2010-2011 – Prof. Luísa Orvalho

Rich, G., A. e Alto, R., M. (2011). As organizações que aprendem, Segundo Peter Senge: a quinta disciplina. in Cadernos Discentes Coppead, Rio de Janeiro, nº 9, pp. 36-55.

Senge, P. M. (1990). A quinta disciplina – Arte e prática da organização que aprende. 24.ª ed. Rio de Janeiro: Best Seller.


Actividade 3: “Estratégias e Ferramentas para construir uma organização aprendente, baseadas nas cinco disciplinas de Peter Senge”

Palavras-chave: Competências; Reflexão; Aprender

Cada vez mais é possível constatar que a administração estratégica extrapola a mera visão do planeamento, do posicionamento ou do design, e incorpora elementos claramente relacionados com o processo de aprendizagem estratégica. A verdadeira aprendizagem “está intimamente relacionada com o que significa ser humano” (Senge, 1990).
O conceito de organização aprendente foi clarificado e colocado em prática por Peter Senge e preconiza que as grandes equipas são organizações que aprendem a desenvolver novas habilidades e capacidades e que levam a novas percepções e sensibilidades que, por sua vez, revolucionam crenças e opiniões. As organizações que aprendem são formadas por pessoas que desenvolvem, continuamente, a sua capacidade de criar os resultados que desejam, são entidades onde se estimulam padrões de comportamento novos e abrangentes, a aspiração colectiva ganha liberdade e as pessoas exercitam-se, continuamente, em aprender juntas → “tensão criativa”. Essas organizações só podem ser construídas quando percebermos que o mundo não é feito de forças separadas e que, no mundo de hoje, a capacidade de aprender contínua e rapidamente é a única vantagem competitiva sustentável.
Uma empresa aprendente será aquela que descobrir como fazer com que as pessoas se comprometam e queiram aprender, desde o porteiro até aos altos quadros. Para conseguir isso, as organizações devem ser mais coerentes com as aspirações humanas que vão além das necessidades materiais. Com esse intuito, é necessário que se derrubem as barreiras que nos impedem de aprender.
Peter Senge considera que existem 5 disciplinas básicas que as organizações aprendentes devem dominar:
• Domínio pessoal – cada indivíduo deverá compreender o que lhe é realmente importante e viver ao serviço das suas aspirações (poderá ser utilizado pelos gestores para canalizarem os recursos humanos para as suas “áreas de interesse”);
• Modelos mentais – podem entrar em conflito com modificações administrativas que se pretendem colocar em prática (as percepções que temos de nós próprios e do mundo afectam o conhecimento que cada um de nós constrói; a formação pode ajudar a modificar comportamentos esteriotipados);
• Visão compartilhada – a organização deve ter uma missão genuína para que as pessoas dêem o melhor de si e adoptem uma visão compartilhada, na qual prevaleça o compromisso e o comprometimento em lugar da aceitação (existe um objectivo final comum e apesar de existir a partilha de tarefas todos conhecem o que os outros fazem);
• Aprendizagem em equipa – diálogo em vez de aceitação;
• Pensamento sistémico – “quinta disciplina”. Integra todas as outras → “pensamento global”, e funde-as num corpo coerente de teoria e prática. Ajuda-nos a ver como um todo e não como partes isoladas. Ajuda-nos a compreender que os problemas em vez de serem causados por algo ou alguém externo podem ser efeito das nossas próprias acções. O raciocínio sistémico reforça cada uma das outras disciplinas, “mostrando que o todo pode ser maior que a soma das partes” (Senge, 1990).
Senge assinala várias deficiências de aprendizagem relacionadas com o modo como fomos ensinados a pensar e a interagir e que criam deficiências cruciais de aprendizagem:
• “eu sou o meu cargo” – as pessoas que se concentram demais nos cargos que ocupam perdem a noção de relação com os demais cargos;
• “o inimigo está lá fora” – temos a tendência de pensar que o inimigo está lá fora, pois não vemos que as nossas acções vão além do cargo que ocupamos uma vez que não temos uma visão sistémica delas;
• a ilusão de assumir o controle – continua a existir o hábito de procurar o inimigo no exterior e não perceber qual a nossa contribuição para os nossos próprios problemas;
• a fixação em eventos – as nossas principais ameaças não vêm de eventos súbitos mas de mudanças graduais e contínuas;
• a parábola do sapo escaldado – devemos reduzir o nosso ritmo e prestar atenção aos pequenos acontecimentos;
• a ilusão de aprender com a experiência – aprendemos melhor com a experiência mas nunca experimentamos directamente as consequências das nossas acções mais importantes;
• o mito da equipa gestora – tradição que leva as pessoas a não admitirem que não sabem uma resposta.
Existem várias leis da “quinta disciplina” que podem ser sistematizadas:
• os problemas de hoje vêm da solução de ontem – as soluções que transferem o problema de uma parte do sistema para outra não são detectadas. Os que “resolveram” o problema são os que o herdam novamente;
• quanto mais você empurra, mais o sistema empurra de volta – feedback de compensação (as intervenções bem intencionadas provocam respostas no sistema que eliminam os benefícios da intervenção);
• o comportamento melhora antes de piorar – desfasamento de tempo entre o benefício e o prejuízo a longo prazo;
• a saída mais fácil, normalmente, traz-nos de volta para dentro – os problemas acentuam-se se adoptamos um pensamento não sistémico;
• a cura pode ser pior do que a doença – a transferência de responsabilidades para alguém faz com que, posteriormente, estejamos dependentes dessa pessoa e não possamos assumir o controle da situação sozinhos;
• mais rápido significa mais devagar – a perspectiva sistémica visa uma nova forma de pensar, mais desafiadora e promissora;
• causa e efeito não estão próximos no tempo e no espaço – a origem dos nossos problemas está em nós mesmos;
• pequenas mudanças podem gerar grandes resultados – pequenas acções bem focalizadas produzem melhorias significativas, desde que centralizadas no ponto correcto (princípio de alavancagem);
• você pode assobiar e chupar a cana mas não ao mesmo tempo – mesmo que tenhamos que escolher uma alternativa, a verdadeira alavancagem consiste em ver como ambas podem ser melhoradas ao longo do tempo;
• dividir um elefante ao meio não produz dois elefantes pequenos – dificuldade em percebermos as interacções existentes entre as várias áreas de uma organização, dificultando assim a visualização global do problema;
• não existem culpados – a cura para o problema é o meu relacionamento com o inimigo.

O pensamento sistémico
Quanto ao pensamento sistémico, Senge considera que ele é a disciplina que nos permite ver o todo; é uma forma de interligação que permite ver os padrões de mudança e não apenas os eventos isolados. O pensamento sistémico é o antídoto para a sensação de impotência causada pela era da interdependência. Através dele podemos ver as estruturas subjacentes e discernir as mudanças de alta e baixa alavancagem. O pensamento sistémico é a pedra fundamental que determina a forma como as organizações que aprendem pensam o seu universo.
Nem sempre fazer o óbvio produz o resultado imediato e desejado. Na maioria das situações gerenciais, a verdadeira alavancagem está em compreender a complexidade dinâmica e não a de detalhes. O pensamento sistémico simplifica a vida por ajudar a distinguir padrões mais profundos. Não nos podemos limitar a olhar apenas para as estruturas individuais e ignorar as estruturas subjacentes. A fixação de limites é uma forma de feedback de equilíbrio, que constitui o segundo elemento básico do pensamento sistémico. A resistência à mudança é uma tentativa de manter uma meta implícita ao sistema. Enquanto essa meta não for reconhecida, os esforços de mudança fracassarão.

Modelos mentais
Muitas ideias novas deixam de ser colocadas em prática porque podem, de alguma forma, entrar em conflito com imagens internas e profundamente arraigadas a respeito do funcionamento do mundo. Para lidar com os modelos mentais, é necessário praticar a reflexão e a inquirição constantemente. É preciso dispor de perspectivas e abordagens múltiplas para que os nossos paradigmas se mostrem e possamos reconhecê-los, tanto no âmbito pessoal como no da organização. Muitas vezes “os modelos mentais impedem as mudanças que poderiam provir do raciocínio sistémico”, pelo que os gestores deveriam aprender a revê-los (Senge, 1990).

Visão compartilhada
Uma visão compartilhada não é uma ideia que está nas mentes dos indivíduos mas sim uma força inculcada no coração das pessoas. Essa disciplina é vital para a organização que aprende porque proporciona focalização e energia. O núcleo dos princípios orientadores da visão compartilhada inclui os seguintes elementos: a visão propriamente dita (uma imagem do nosso futuro desejado), os valores (como esperamos deslocar-nos até onde queremos ir), o propósito ou a missão (o que a organização está aqui para fazer) e as metas (marcos que esperamos alcançar dentro em breve).

Aprendizagem em equipa
A unidade de aprendizagem moderna é o grupo e não os indivíduos isolados. É claro que não existe aprendizagem em equipa sem domínio pessoal e sem visão compartilhada. Partindo dessas condições, reconhece-se que a inteligência colectiva é maior que a soma das inteligências individuais, abrindo oportunidade para a aprendizagem colectiva. A discussão difere do diálogo por ser uma “forma de conversação que promove a fragmentação” (Senge, 1994), contudo a discussão hábil difere das discussões improdutivas. As barreiras à aprendizagem colectiva só podem ser removidas caso as pessoas passem a utilizar uma linguagem comum.

O todo indivisível
A separação do todo em sistemas é proveniente de uma necessidade didáctica e científica, mas acabou por criar um profundo distúrbio de percepção na civilização moderna. Para apreender a fundo a interconexão entre os fenómenos, devemos remover a separação existente entre os sistemas e os ambientes que os cercam. Só assim, estaremos aptos a captar efectivamente a indivisibilidade do todo representado pelo Universo.